segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Banda Ok Go: Música, duração e a máquina de Rube Goldberg

OK GO é uma banda americana de Chicago formada no ano de 1998. Suas músicas recebem influências dos gêneros rock alternativo, pop e indie rock e sua formação atual conta com Damian Kulash nos vocais e guitarras, Tim Nordwind no baixo, Dan Konopka na bateria e Andy Ross também nas guitarras.
Apesar de sua considerável produção musical – Quatro álbuns e sete EP’s – ao buscar informações ou entrevistas sobre a banda nos deparamos com grande destaque para a produção de seus videoclipes. O vídeo da música This too shall pass, por exemplo, possui mais de cinquenta e oito milhões de visualizações. Sobre os vídeos Kulash diz: “há quinze anos as propostas de vídeos musicais eram condicionadas às gravadoras e selos. Para nós, os vídeos são filhos criativos assim como nossas músicas, nossos álbuns e nossos shows e não um caminho para nos promovermos ou qualquer coisa parecida”.
O clipe musical de Needing / Getting, nosso foco de análise, foi lançado em fevereiro de 2012 e foi patrocinado pela Chevrolet como forma de apresentar seu novo carro na época. A ideia do vídeo é de que fossem construídos instrumentos que pudessem ser tocados por um carro. Kulash baseou-se na ideia da máquina de Rube Goldberg, que basicamente parte do princípio de executar tarefas simples de maneira complicada, geralmente utilizando uma reação em cadeia, como o efeito dominó, por exemplo. Assim a equipe de produção passou a visitar lojas e armazéns pesquisando objetos e como cada som respectivo funcionava.



A estrutura da filmagem contou com um carro, duzentos e oitenta e oito guitarras conectadas a sessenta e seis amplificadores, cinquenta e cinco pianos e mil cento e cinquenta e sete instrumentos caseiros previamente explorados pelos músicos. O carro foi adaptado pela Chevrolet com braços para tocar os instrumentos e eram controlados de dentro do carro. Além disso a empresa também forneceu o espaço, um engenheiro acústico e o treinamento para que Kulash adaptasse-se ao veículo.
Eu gosto da ideia de fazer vídeos que são gravações ao vivo. Isso ajuda a quebrar a ideia de que são formas distintas de arte”, comenta o vocalista. A intenção inicial era de que a gravação fosse feita em uma tomada só em um circuito oval, porém, com grande dificuldade, resolveram dividir o circuito, usando várias etapas do curso para mapear estrofes da música.
A banda desenvolveu um software para computador que ditou a velocidade que o carro deveria manter durante o curso para respeitar o ritmo da música. Essas velocidades variaram entre 28 e 56 quilômetros por hora e Kulash contou com um metrônomo dentro do carro para manter o controle do andamento. Foram necessárias várias tomadas para que ele aperfeiçoasse a direção e os braços foram substituídos diversas vezes por seu uso excessivo. Além disso, o vento derrubou por diversas vezes os instrumentos, como os pianos, por exemplo.



Deste modo a banda OK GO tenta explorar ao máximo a criação artística independente de que núcleo esta possibilidade esteja inserida. Os shows, as músicas e os clipes passam a não ser complementos um dos outros e sim novas possibilidades de criação, tornando-os profissionais versáteis e com uma proposta artística diferente. A produção do vídeo de Needing/Getting, um trabalho intenso de manipulação do tempo (andamento) e exploração de materiais (timbres), convida o espectador a pesquisar outras produções e a surpresa é sempre gratificante, oferecendo inúmeras possibilidades de exploração. 
Tendo como foco de exploração em sala de aula a duração a atividade proposta leva o nome de: Circuito Musical Humano.

Procedimentos Metodológicos: 
Uma música deverá ser escolhida previamente. Os alunos serão divididos em grupos e cada grupo representará uma estrofe da música. Os grupos deverão explorar objetos sonoros, cotidianos ou instrumentos musicais, para executarem esta música. A linha do tempo será representada por um objeto e este objeto deverá ser passado de aluno a aluno até que o último aluno do grupo realize sua performance. A criação da música a ser tocada também poderá ser composta pelos próprios alunos.

Links deixados como pistas para mediação:









Artes Plásticas - Cristina Popovici e o gesto como foco de aprendizado


O primeiro contato com os quadros da artista romena foi feito através do blog “Obvious”. O texto de Jocê Rodrigues leva o título de “A sonoridade visual de Cristina Popovici”, o que chamou atenção devido à proposta da pesquisa Ouver. Nascida na Transilvânia e formada como bacharel em Artes Plásticas pela Academia de Artes Visuais de Cluj, Popovici define-se como uma artista expressionista e uma pintora de ação.
As obras expostas e descritas no texto de Rodrigues fazem parte da exposição “The Other Art Fair”, realizada em Kensington, Londres. Os quadros são capturas de arremessos de baldes de tinta, com gestos enérgicos e minuciosamente calculados. A artista divide seu processo de criação em três passos. O primeiro passo trata-se da preparação de material, onde a tela em branco é aberta e os materiais são selecionados. O segundo passo é o arremesso à distância dos baldes de tinta contra as telas. Esses baldes não têm as tintas misturadas e a interação com a tela e seu resultado depende da intenção da artista, que calcula a altura e a distância para o arremesso. “É a ação da minha energia enquanto eu faço isso e a interação da tinta com a tela”, descreve. 

O terceiro passo é onde a artista pensa na relação figura e fundo e cria texturas a partir do resultado do arremesso, com pincéis fazendo movimentos com a tinta sobre a tela ou até mesmo pingos de tinta que sobram nos pincéis e também são arremessados contra a tela, por exemplo.
O gesto de Popovici passa a ser o ponto crucial na criação artística e na sugestão de relação com a música. Rodrigues compara seus quadros com “enfurecidos glissandos de Coltrane nos anos 60”. Saxofonista norte-americano e um dos mais importantes jazzistas do gênero. O arremesso da tinta contra a tela também pode ser comparado à quebra abrupta do silêncio quando relacionamos o processo à criação na música. 



Além do gesto, a intensidade, o timbre (como comparado às cores), a sobreposição de cores, assim como vozes e sons, também poderia ser relacionada como ponto de encontro entre a arte plástica e a música.


Pensando na relação interartes para ser desenvolvida em sala de aula, a atividade proposta levará o nome de: Partitura Plástica.

Procedimentos metodológicos: 
Os links abaixo correspondem às pistas, sempre mediadas pelo professor e previamente assistidas pelos alunos. Após a apresentação dos vídeos, os alunos deverão ser divididos em grupos. Os temas serão também previamente sugeridos pelos alunos e mediados pelos professores. Algumas sugestões são: Vídeos de esportes como a natação por exemplo, bailarinos ou grupos de dança, corredores em maratonas, dentre outros que tenham o gesto como foco. Cada grupo, após eleger a temática dos vídeos, deverá criar uma trilha sonora que deverá ser apresentada em sala de aula. Os alunos poderão utilizar percussão corporal, vozes, instrumentos musicais ou objetos cotidianos previamente explorados.

Pistas:
Cristina Popovici pintando

Rock Action Paiting

Gonzalo Mariategui Pintando

Frank Bouroullec Pintando

O maestro

Mr. Bean regente

Links complementares: 

Site da artista

Biografia resumida

Página de Cristina Popovici no Facebook



domingo, 15 de outubro de 2017

Um pouco sobre o PIBIC

A pesquisa “Ver e ouvir música”: Um estudo sobre a escuta musical a partir de uma perspectiva interartes" faz parte programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) visa apoiar a política de Iniciação Científica desenvolvida nas Instituições de Ensino e/ou Pesquisa, por meio da concessão de bolsas de Iniciação Científica (IC) a estudantes de graduação integrados na pesquisa científica. A cota de bolsas de (IC) é concedida diretamente às instituições, estas são responsáveis pela seleção dos projetos dos pesquisadores orientadores interessados em participar do Programa. Os estudantes tornam-se bolsistas a partir da indicação dos orientadores. São objetivos específicos do Programa:
  • despertar vocação científica e incentivar novos talentos entre estudantes de graduação;
  • contribuir para reduzir o tempo médio de titulação de mestres e doutores;
  • contribuir para a formação científica de recursos humanos que se dedicarão a qualquer atividade profissional;
  • estimular uma maior articulação entre a graduação e pós-graduação;
  • contribuir para a formação de recursos humanos para a pesquisa;
  • contribuir para reduzir o tempo médio de permanência dos alunos na pós-graduação.
  • estimular pesquisadores produtivos a envolverem alunos de graduação nas atividades científica, tecnológica e artístico-cultural;
  • proporcionar ao bolsista, orientado por pesquisador qualificado, a aprendizagem de técnicas e métodos de pesquisa, bem como estimular o desenvolvimento do pensar cientificamente e da criatividade, decorrentes das condições criadas pelo confronto direto com os problemas de pesquisa; 
  • ampliar o acesso e a integração do estudante à cultura científica.
É importantíssimo o apoio das universidades no que diz respeito à pesquisa e produção acadêmica.

Pesquise você também!

Primeira coleta de vídeos

Um dos resultados da coleta que fizemos na internet são os trabalhos que encontramos, como:

Percurso Instalativo Sonoro, criado por Eric Barbosa: “A série denominada Percurso Instalativo Sonoro – Sons, Paisagens, Derivas e Atemporalidades de Fortaleza é um processo de investigação sonora-audiovisual que cria uma correlação entre sons e imagens da urbe; memória histórica; alterações no tempo-espaço; contemporaneidade nas relações sociais e afetivas; personagens fictícios/reais e os sons espacializados que compõe cenários e narrativas do cotidiano, tendo a metrópole e suas relações como objeto de pesquisa, criação sonora e sensorialidade perceptiva visual.”(BARBOSA, 2016)

→Site: https://ericbarbosa.bandcamp.com/album/percurso-instalativo-sonoro

Animações sonoras experimentais de Norman Mclaren, que foi um dos mais importantes animadores escoceses voltados para a animação artística.
O motivo pelo qual sugerimos esse trabalho para a pesquisa se deve ao fato de suas animações facilitarem a percepção (audição e visão) de movimentos sonoros de determinadas músicas em que ele faz essa relação de música/imagem e suas representações sonoras.

 Vídeos: Norman McLaren Dots (1940)- https://www.youtube.com/watch?v=E3-vsKwQ0Cg, 

Norman McLaren: Pen Point Percussion- https://www.youtube.com/watch?v=Q0vgZv_JWfM



Divirta-se!

Um pouco sobre o blog

A criação deste blog surgiu a partir da ideia de disponibilizarmos para o público resultados de uma pesquisa coletiva, na qualconta com a equipe PIBIC 2017. Você pode encontrar em nossas postagens  análises de trabalhos e pesquisas que tratam a temática interartes; mapeamento e análise de textos e/ou obras interartes; vídeos interartes disponíveis na web que têm a música como foco principal.

Para que seja possível pesquisar essa temática nos baseamos nos conceitos de escuta musical (SCHAFER, 1991; IAZZETTA; 2012; BARBOSA, 2014) e escuta interartes (CAZNOCK, 2008).


Leia, aprecie, escute!

Banda Ok Go: Música, duração e a máquina de Rube Goldberg

OK GO é uma banda americana de Chicago formada no ano de 1998. Suas músicas recebem influências dos gêneros rock alternativo, pop e indie r...